O recente bracelete de Maria Konnikova, conquistado na WSOP Series dos Estados Unidos, atraiu uma polêmica um tanto desnecessária no Twitter. Ela não teve absolutamente nada a ver com o assunto além de ganhar o bracelete, mas comentários feitos por Norman Chad acerca da conquista da jogadora geraram uma reação negativa no Twitter.

Norman, que faz parte da equipe de comentaristas da WSOP, fez um tweet (agora deletado) onde criticava as circunstâncias do título de Konnikova.

“Isso não é para diminuir a Konnikova, que ganhou seu primeiro bracelete. Mas ela jogou um evento online de US$ 888 que você precisava estar em Michigan, New Jersey ou Nevada. Ela perdeu todas as fichas. Re-entrou. Perdeu de novo. Re-entrou. Perdeu de novo. Re-entrou. E terminou com todas as fichas e um bracelete”

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A jogadora russa naturalizada americana não deixou barato. Por meio de um texto, ela criticou bastante a fala de Norman Chad, pontuando inclusive que esse foi o Evento #12 da série e que ele escolheu por criticá-la “justamente por ser mulher”. O texto inteiro (em inglês) pode ser ado aqui, mas o Mundo Poker destacou alguns trechos importantes:

“Antes de ir dormir, eu postei uma foto do meu título. Teve um monte de mensagem parabenizando; me fez sentir muito sortuda de ser parte de uma ótima comunidade. E teve a outra reação, que decidiu por me usar de exemplo de… bem, não sei. Talvez tudo que está errado nos torneios de poker atualmente, eu acho.”

“De acordo com o Sr. Chad, eu cometi dois pecados. O primeiro foi jogar online. O horror de estar num lugar particular para jogar poker! Completamente injusto com quem não está. Imagina estar fisicamente num lugar para contar? Parece sem noção, não? Não é como o poker tem que ser. O problema era precisar estar em New Jersey, Michigan ou Nevada. Maluquice e diferente da verdadeira WSOP, onde você precisa estar num lugar específico – Las Vegas – para jogar. Opa, pera aí.”

“O segundo foi o horror dos horrores. Eu fiz rebuy. Num evento com rebuy. Agora, podemos sempre discutir eventos freezeouts ou com rebuys, e eu mesmo já fiz isso. Mas quando um evento tem rebuy, você faz ou não. Dessa vez, eu fiz todos que eram permitidos. Não era o ideal, mas foi justo. Você joga com as regras do jogo.”

“Dá pra discutir os méritos dos braceletes online e a proliferação desses eventos. São boas conversas! E precisamos continuar a achar a melhor versão dos torneios de poker. Mas até lá, você joga. E não critica os jogadores.”

O Norman Chad quis me atacar. Se não fosse isso, por que ele me escolheria, por que me marcaria, por que o toque pessoal no fim? Ela não tinha mais fichas. Ela deu rebuy. E assim vai. Eu nunca conheci o Norman Chad e não sei o que ele tem contra mim – mas ele tem. Não sou a única que tem bracelete e deu rebuy, e sei muita gente que fez isso nas últimas semanas. Mas eu sou a única que ele criticou. E sabe qual a minha diferença para as outras pessoas? É simples. Eu sou mulher.

Não tenho nada contra ele. Só me deixa triste que eu tenho que escrever isso ao invés de curtir minha vitória, que eu trabalhei duro para ter em um jogo que eu trabalho duro para promover. Porque eu quero a comunidade melhor e que as pessoas vejam o quão bonito o poker pode ser.

Antes da resposta da jogadora, Norman Chad já havia pedido desculpas, também no Twitter:

“Eu sou um cara que pensa em termos de nações e pessoas, mas não tem nações, pessoas, russos, árabes, terceiro mundo, Oeste. Tem um sistema de sistemas de poker, um vasto, variável, multinacional. E a Maria Konnikova é incrível. Me desculpe”

I am an old man who thinks in of nations and peoples. But there are no nations. There are no peoples. There are no Russians. There are no Arabs. There are no third worlds. There is no West. There is only one holistic system of poker systems, one vast and immane, interwoven,…

— Norman Chad (@NormanChad) October 15, 2024

Confira o episódio #79 do Poker de Boteco com Alisson Piekazewicz:

A jogadora não deixou barato os comentários de Norman Chad