No ano ado, em meio à eletrizante disputa do ranking do KSOP, eu entrevistei o Celso Sirtoli diversas vezes. Não é muito fácil arrancar palavras do tímido regular, mas em uma delas ele me disse a seguinte frase: “No Main Event e no High Roller eu pego eles”, respondendo sobre o bom momento de Alen Fillipi e Paulo Gini em algum momento da temporada.

Realmente, Celso Sirtoli pegou eles. Foi campeão do ranking no final e boa parte dos pontos vieram justamente nesses eventos principais. Só no High Roller Light, ele conseguiu absurdas quatro mesas finais em cinco etapas. Mas não foram só os adversários diretos que sofreram com o gaúcho em High Rollers e Main Events.

No BSOP Brasília, finalizado nesta semana, Celso mostrou mais uma vez que a frase não é brincadeira. Ele foi vice-campeão do High Roller 1-Day e ficou na quarta colocação do Main Event. Chegando no KSOP Rio de Janeiro apenas UM dia depois, ele beliscou o terceiro lugar no High Roller Light. Agora são cinco mesas finais alcançadas das últimas seis realizações desse torneio.

“E não é que ele PEGA mesmo?”, eu pensei. Então, dissequei seus resultados e decidi tentar descobrir como que o próprio Celso enxerga o sucesso que consegue nesses tipos de evento.

“Esses são os torneios que eu mais capricho. Os blinds são mais longos e com stack maior. Eu acho que tenho mais regularidade. O pessoal joga poucas mãos no começo e eu me destaco nesse detalhe. São os torneios que me salvaram o ano e me deram o título (do ranking). Eu acho que eu tenho um pouco de sorte também”, disse Sirtoli.

Uma dos fatores que embalam o gaúcho é que ele costuma ar nos classificatórios com grandes stacks, como aconteceu em Brasília e logo no Dia 1A no Rio. “Como eu jogo muitas mãos no começo, depois quando eu o a jogar tight, o pessoal não repara. Eles acham que eu blefo muito, então eu consigo ganhar potes muitos grandes em dias classificatórios”, falou.

Os dois campeões nacionais do ano ado têm em comum que são recreativos. “A gente chega pra incomodar os profissionais. Eles se ligam muito nos detalhes. E nós não. No final, a gente acaba competindo por igual”, disse Celso, lembrando também do sucesso de Marcelo Mesqueu no BSOP.

Mas qual é o segredo para conseguir tantos resultados impactantes? A resposta de Celso é volume. Ele não é um estudioso do poker, mas um grande observador.

“Eu nunca assisti um vídeo meu numa mesa final. Não quero assistir meus erros. Não estudo nada também, apenas a prática do jogo. Eu reparo muito em todas as jogadas da mesa, o que eu faria e o que eu não faria. Meu estudo é na mesa, aprendendo como os outros jogam. Eu analiso cada jogador. O tight, o agressivo, e com cada um eu jogo diferente”, analisou.

No Hendon Mob consta que Celso tem 73 ITMs em grandes eventos ao vivo. Desse montante, 23 são em Main Events e 15 em High Roller. Isso representa 52% do total. Ele é uma máquina!

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Confira a lista dos principais resultados de Celso Sirtoli:

Resultados em Main Events:

2019 – KSOP Balneário Camboriú – 3º lugar – R$ 100.000

2017 – BSOP Foz do Iguaçu – 4º lugar – R$ 217.200

2020 – BSOP Brasília – 4º lugar – R$ 97.800

2017 – BSOP Recife – 10º lugar – R$ 14.440

2019 – BSOP Millions – 11º lugar – R$ 99.250

Mesas finais em High Rollers:

2017 – BSOP São Paulo – 1º lugar – R$ 204.089

2019 – KSOP Balneário (Light) – 1º lugar – R$ 45.400

2020 – BSOP Brasília (1-Day) – 2º lugar – R$ 46.680

2019 – KSOP São Paulo (Light) – 2º lugar – R$ 41.500

2020 – KSOP Rio de Janeiro (Light) – 3º lugar – R$ 34.000

2019 – BSOP São Paulo – 4º lugar – R$ 111.500

2019 – KSOP Rio de Janeiro (Light) – 4º lugar – R$ 22.000

2019 – KSOP Special (Light) – 5º lugar – R$ 28.300

2019 – BSOP Winter Millions – 6º lugar – R$ 85.240

O gaúcho deu show no BSOP Brasília e já ganhou troféu na sua “zona de conforto” no KSOP RJ