Las Vegas
Eliminação de Matt Afleck no Main Event da WSOP 2010 o levou às lágrimas em uma das mãos mais icônicas de todos os tempos
Queda na 15ª colocação em um pote gigantesco para o futuro campeão foi histórico

Mesmo que você tenha conhecido o poker há 6 meses e já acompanha o Mundo Poker, dificilmente nunca ouviu falar de uma mão que aconteceu no verão (americano) de 2010. Na época que ainda existia (e talvez o seu auge) o November Nine, Matt Affleck e Jonathan Duhamel protagonizaram uma mão que entrou para história.
Naquele ano, David Baker, Sam Farha e Phil Ivey ganharam braceles, o Main Event somou mais de 7.000 entradas, Michael Mizrachi fez mesa final do Main Event e quem fez aquela edição ficar conhecida, foram dois desconhecidos. Matt Affleck jogava o WSOP pela segunda vez na vida.
“Eu era um jogador online, com grande sucesso e criei uma reputação em 2009. Eu tinha 22 anos de idade e fiz minha primeira aparição no WSOP. Eu era chip leader no Dia 4, fiz 1 milhão de fichas antes da bolha. Jogamos 15 mãos no hand-for-hand e eu ganhei as 15. Todos na mesa me odiavam. Foi muito divertido. Fui de 1 milhão para 1.6 em 15 mãos. Fui eliminado na 80º colocação naquele ano”, relembra nosso protagonista.
Ele ainda fala sobre o panorama daquele evento: “voltei em 2010, segunda vez jogando a World Series of Poker. Me lembro que o Dia 4, também na bolha, foi muito parecido com o ano anterior. Vendo as mãos hoje em dia, pela ESPN, percebo que nem era tão bom. Eu só tentava ganhar todos os potes e as pessoas foldavam demais. Isso fazia com que eu me desse bem”.

Jonathan Duhamel e Matt Affleck lado a lado naquela edição da WSOP
A mão em si, aconteceu nos blinds 120.000 / 240.000 com ante de 30.000, quando restavam apenas 15 jogadores. Confiram o relato de Matt Affleck abaixo.
“Eu comecei a mão com 20.000.000 de fichas, Duhamel tinha 28.000.000 e éramos segundo e primeiro em fichas. A semi FT foi bem louca para mim. Peguei AA duas vezes, AK, peguei muitas boas mãos. A mão com Duhamel, ele abre do cuttoff para 550.000. Eu 3-betei do botão para 1.55M com AA e Duhamel 4-bet para 3.925M. Minha primeira decisão era pagar ou 5-betar, pensei muito tempo e não pensei que ele estava com uma mão muito boa. Pensei que ele poderia 4-betar light. Eu ia jogar em posição, o pote seria de 9M e eu teria 15M para trás, então era bem tranquilo jogar”.
“Flop vem T97, bem conectado, mas Duhamel pede mesa. Apostei 5M, um pouco mais de metade do pote, para dar espaço para ele ir de check/raise e também é um all in fácil para mim no turn (ele paga). O turrn é uma Q, que não é muito boa para mim, mas ele pede mesa. O pote tem 20M e eu tenho 11M, espero uns 30 segundos e pensei “por favor, não de snapcall” e disse “all in” e não ouvi o snapcall. E aquilo me deu a sensação que estava ganhando. Depois de um tempo, me senti bem, se ele folda, eu seria o chip leader, se ele paga, estou na frente. Ele pensa de 5 a 8 minutos. Essa mão durou 15 minutos”
“Quando ele finalmente diz “eu pago”, eu estava bem confiante que ele tinha KK. Perguntei se ele tinha KK, mostrei AA e eu estava confiante com o que ele mostrasse. Quando ele apresenta JJ, eu penso “temos que escapar”. E ai vem o 8 de ouro no river e o sonho acaba. Só me lembro de ficar em choque total. Eu era chip leader no ano anterior, entreguei minhas fichas e era minha redenção ali e num estalar dos dedos, tudo foi embora. Eu não sabia como reagir, tinha 23 anos de idade na época. Eu queria ganhar aquele torneio mais do que tudo”.

Matt Affleck sem acreditar ao ver o river
A bad beat gigantesca, em um pote com mais de 20% das fichas em jogo, quando restavam apenas 15 jogadores no pano, destruiu Matt. “No final, eu só queria sair dali. Parecia o fim do mundo para mim. Não importa o valor do torneio, ser eliminado é sempre ruim. Pensei “como isso aconteceu?”. Lembro que um famoso blog me seguiu por uns 30 ou 40 minutos e detalhou tudo que aconteceu logo depois daquilo. Não dei nenhuma entrevista por um tempo, voltei e dei um monte delas. Foi louco”, disse.
Com os olhos cheio de lagrimas, Matt observou a mesa por alguns minutos até finalmente sair do salão. Enquanto Duhamel arrumava suas fichas, foi possível ouvir um barulho longe. Matt havia jogado sua garrava de água no chão, algo que virou uma piada entre seus amigos.

O canadense Duhamel ficou com o título naquela temporada
Hoje, Matt consegue ver com bons olhos o que aconteceu. “A parte boa é que eu tinha 100% das minhas ações naquele torneio, voltei no dia seguinte para o (Casino) Rio e ganhei um belo pagamento. No dia seguinte caiu a ficha do que tinha alcançado. Ninguém sabe o que aconteceria se eu ganhasse aquele torneio. Depois de 2010 eu me formei. 10 anos depois sigo viajando o país jogando cash, torneios e isso é meu trabalho. Será que eu me concentraria em melhorar se ganhasse US$ 8.000.000 naquela época?”, questiona. Ele saiu do Rio com US$ 500.000.
Focado em se tornar cada vez um jogador melhor hoje, Affleck tem apenas uma coisa que o incomoda: “quando eu sento em uma mesa, ninguém me reconhece pelo meu nome. Sempre falam “você é o cara do AA, que perdeu para o Duhamel, né?”. É um dos maiores potes do poker, uma das mãos mais memoráveis”.
Confira a mão na integra, anos depois, com comentários de Matt Affleck em inglês:
As respostas de Affleck foram retiradas de outro video, portanto, podem não se encaixar com as falas do filme acima. Para conferir as falas originais do jogador, toda em inglês e sem legenda, clique aqui.
Queda na 15ª colocação em um pote gigantesco para o futuro campeão foi histórico
Las Vegas
Daniel de Freitas faz mesa final no Seniors da Wynn Summer Classic e inicia o verão de Las Vegas com belo prêmio; veja
O jogador saiu com US$ 8,6 mil do prestigiado cassino

A próxima semana marcará o pontapé inicial da World Series of Poker (WSOP), em Las Vegas. Porém, nos diversos cassinos espalhados pela cidade, o jogo já está rolando e o Brasil já está em campo. Nesta última quarta-feira, por exemplo, Daniel de Freitas aqueceu os motores para a briga pelos braceletes e conquistou um belo resultado na série Wynn Summer Classic.
Fortíssimo jogador, Daniel é presença constante em Las Vegas e costuma obter ótimos resultados por lá. E, mais uma vez, brilhou ao alcançar a mesa final do torneio US$ 600 Seniors NLH, que marcou o início da série promovida pelo cassino Wynn.
LEIA MAIS: Mundo Poker WPT House: Andressa Lincoln e Romulo Dorea celebram parceria para a WSOP em Las Vegas
Enfrentando um field de 212 entradas em uma competição destinada a jogadores veteranos, Daniel terminou na quarta colocação. Sua primeira premiação no verão de Las Vegas em 2024 foi de US$ 8.624. O torneio contava com US$ 50 mil garantidos.
Não é a primeira vez que ele se destaca nesses torneios. Em 2023, durante sua agem pelo cassino Venetian, Daniel conquistou um resultado espetacular no Seniors da série DeepStack. Na ocasião, ele faturou US$ 102 mil, um dos maiores prêmios da sua carreira.
Confira o Poker de Boteco #107 com Fábio Murakami:
Las Vegas
Yuri Martins perde pote de US$ 120 mil para Phil Ivey jogando high stakes na Bobby’s Room em Las Vegas; confira
O craque enfrentou os jogos mais caros do mundo

Após o término das disputas na WSOP 2024, Yuri Martins se envolveu em uma nova aventura na carreira. O craque visitou a lendária Bobby’s Room, sala que tem os jogos mais caros de cash game do mundo e enfrentou lendas do poker mundial nos mixed games.
Yuri contou algumas histórias após abrir uma caixinha de perguntas no Instagram para os seguidores com a pergunta de “O que vocês querem saber sobre WSOP/Vegas?”. E uma delas foi justamente sobre os lendários jogos high stakes.
Yuri começou falando sobre a experiência: “foi muito legal, com certeza vou jogar mais ano que vem. Provavelmente jogarei mais cash, pegar late nos torneios e talvez jogar os 10K, 25K e 50K desde o início. Vou contar duas mãos, joguei quatro potes grandes em potes de big bets. Vou contar dois deles, um que perdi e outro que ganhei. O que perdi foi em PLO”.
A mão em questão era contra Phil Ivey. O americano abriu raise no botão e Yuri 3-betou para US$ 18 mil do small com AKQJ com três cartas de espadas, nos blinds US$ 3.000 / US$ 6.000. Ivey pagou e os dois viram o flop 932, com duas de espadas. O brasileiro anunciou a aposta de US$ 41 mil.
Nesse formato, o jogo só permite apostar 10 big bets, totalizando US$ 60 mil. Phil Ivey pagou rapidamente e mostrou J832 double suited, ou seja, dois pares. Yuri jogava por muitos outs, mas o americano conseguiu segurar e puxou a quantia de US$ 120 mil aproximadamente.
Na sequência, Yuri contou outro pote do mesmo valor, só que dessa vez, saindo vencedor contra um jogador desconhecido. Apesar de revelar essas duas mãos, Yuri não compartilhou se ficou up ou down nas sessões.
Confira o episódio #73 do Poker de Boteco com Thiago Grigoletti:
Las Vegas
Alisson Piekazewicz é terceiro colocado no US$ 10.500 6-Max da Wynn Summer Classic e leva seis dígitos em Vegas
O brasileiro embolsou US$ 110 mil

O verão de Las Vegas é o verdadeiro paraíso para jogadores de poker. Além das disputas na WSOP valendo bracelete, os cassinos da cidade do pecado costumam sediar torneios enormes com diversos tipos de buy-ins. E, por lá, o Brasil fez a festa em 2024. O mais recente resultado veio através de Alisson Piekazewicz.
Em um dia bastante feliz, o torcedor do Paraná Clube, viu seu time subir para a primeira divisão do campeonato estadual após uma linda campanha, foi ao cassino Wynn e, por lá, brilhou no US$ 10.500 6-Max da vasta grade da Summer Classic.
Alisson Piekazewicz conseguiu chegar ao 3-handed do torneio após enfrentar um field de 85 entradas bastante qualificado. O resultado disso foi uma forra de US$ 110.075 para a conta do “Diabo Loiro”, apelido do curitibano dado pelos amigos.
Na atual temporada de Las Vegas, o “heyalisson” conseguiu apenas o quinto ITM. Embalado das mesas online, onde vem dando show junto dos amigos Felipe Boianovsky e Pedro Padilha em uma pool, ele ainda terá mais três dias para buscar o bracelete da WSOP.
Para conferir todos as atualizações da WSOP 2024, e o Instagram do Mundo Poker
Confira o episódio #73 do Poker de Boteco com Thiago Grigoletti:
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